domingo, 21 de dezembro de 2008

Gustavo Luna, marcante

Segue alucinante o cenarista Gustavo Luna. Hoje, para se voar em mais de a metade do Brasil é preciso passar por algum de seus trabalhos. Evidentemente, os simulations agradecem, penhoradamente. Eu sou um deles. Tenho todos os cenários feitos por ele. Agora, mais recentemente, marcou sua presença na aviação militar, que tem seus aficcionados - eu não sou um deles, até porque fugi do Exército como o "diabo foge da cruz"; literalmente, nunca dei com as caras no "verde oliva". Mas, pelo que andei vendo nos post, tá uma coisa. Nisso, devem se divertir muito o Capitão Carvalho, o Iceman, o Cristiano, entre outros.

Gustavo Luna é, na verdade, Gustavo Pascoal Alves Luna e já deve ter chegado aos 35 anos. É da bela Recife e pelo que falou na sua entrevista ao fórum "Aerovirtual" mora a 500 metros do Aeroporto. É estudante em Pedagogia na UFPE e trabalho como técnico em informática (autônomo) desde 1998. Bom! Já dá para entender quem é o rapaz. Trata a confecção de cenários, com bela qualidade, como um hobby.

Na entrevistam contou que seu primeiro contato "visual" com simuladores ocorreu com o software de combate Air Duel (1997) através do seu irmão Amaro Luna (38), amante da aviação desde criança. "Cresci vendo meu irmão "voar" em vários simuladores de combate e no próprio FS, mas nunca me afinizei com nenhum deles, minha predileção sempre foram simuladores de automobilismo (especialmente F1) e o jogo de estratégia Age of Empires 2 da Microsoft no qual participei de campeonatos e ganhei alguns prêmios em Recife" - diz. Aficcionado, o rapaz, não?

Ele relatou que em fevereiro de 2007 se rendeu de fato ao hobby de cenarista do FS. E o que é mais interessante: diz que voa muito pouco, exclusivamente para testar a funcionalidade dos cenários. "Quando estou no flight, passo maior parte do tempo construindo ou pesquisando sobre os cenários reais" - explicou.

As bases navais, inclusive com porta-aviões, e outros cenários mais do Brasil podem ser encontrados na Avsim ou ainda na área de downloads da Aerovirtual. Em ambos é preciso que tenha cadastro, free.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Deus seja contigo, Marcos


"A nossa vida é feita de momentos, acontecimentos, realizações, frustrações, enfim, um conjunto de coisas que transformam a nossa existência numa benção ou em algo que esta muito além da nossa compreensão". Foi assim, nesse espírito, que estive sábado no templo da Primeira Igreja Batista, aqui em Cuiabá, para o lançamento do CD de Marcos Paulo. Um espetáculo consagrado ao Senhor dos Tempos. Bom! Uma coisa é certa: eu e esse Senhor da História e do Futuro é, como sempre digo, um negócio bastante e bem resolvido. Ou seja: sou do Senhor e acabou. Não tem história ou estória que possa mudar esse amor.

Conheci Marcos Paulo na igreja. Vi, depois de um tempo, seus passos dentro da PIB. Cantor do mundo, como a gente costuma dizer, entendeu os designos do Senhor e, resignado, aceitou a mensagem e as transformações que o Senhor tinha para sua vida. Pude acompanhar a forma como Deus enxugou sua vida, da forma que o tratou para que chegasse um dia a dizer assim: "Deus eu só canto para o Senhor".

Com uma carreira sólida e uma história de vida emocionante, hoje Marcos Paulo esta usando o louvor para falar dos amigos, da ação de Deus em nossas vidas e entre outras coisas a vitoria daqueles que acreditam Nele. "O que é um louvor senão uma conversa entre dois corações? O nosso coração humano falando ao coração do Senhor".
Pois Marcos Paulo conseguiu justamente isso, falar ao coração de Deus e com certeza vai tocar e emocionar o coração de muitas pessoas. E eu quero orar ao Senhor todo o tempo para que essa mensagem que Ele deu em cada canção seja, realmente, ouvida pelas multidões e que sejam tocadas a abrir o coração a Jesus.

O cd "Cristo Vive em Mim" é o resultado da ação de Deus na vida de Marcos Paulo. E como disse, um espetáculo consagrado a Deus, emocionante, na qual muitos não conseguiram conter as lágrimas.

Foi uma noite também de revelações. Prestem atenção nesta letra abaixo:

Pelo brilho da manhã
Sinto a acesa a chama
Tenho você aqui
Novamente aconteceu
Uma luz antiga
Que nunca se apagou
Fogo no coração
Vai
E avisa a todo mundo que encontrar
Que existe ainda um sonho pra sonhar
E que amor não acabou
Vai
E espalha a novidade pelo ar
Que ela torne o mundo todo azul
E que seja tudo amor
Quanto tempo eu esperei
Sem achar saída
Preso na escuridão
Pelo brilho do olhar
Eu recebo a chama
Viva do seu amor
Fogo no coração

Certamente, assim, poucos vão identidicar. Trata-se da canção do Roupa Nova que tem o título "Chama". Prestem atenção na letra e coloque Cristo nela. Demais! Pois bem! Marcos Paulo sentiu essa presença e fechou sua noite cantando essa canção. Ele contou que em e-mail um dos seus líderes, não me lembro o nome dele, contou que, de fato, a canção é totalmente inspirada no Senhor. Perfeito!

Marcos, meu irmão, sonhe o sonho de fazer a obra de Deus. E não se esqueça que se você está o fazendo é porque assim Ele quer. Deus seja contigo.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Esse é bem sujo


Depois de muito ir e voltar, testar, observar, olhar, etc e tal, dei início ao tour pela qual pretendo desvendar o México. Evidentemente, vou aproveitar a estada para também aprofundar-me um pouco mais sobre a América Central. Na segunda-feira à noite mesmo descobri uns cenários muito interessantes de Honduras. Depois eu mostro.

Para inaugurar o primeiro vôo do tour, uma saída de Tampa para Cidade do México. Usei um 767 da Aeroméxico. Agora, olha só o detalhe da pintura, desenvolvida pela McPhat Studios. Bem sujo, não?!?! Eu gostei e queria outras aeronaves com nível de detalhamento assim. Impressionante!

Se você quiser, poderá ver o post completo no Fórum da Aerovirtual. Ou, esperar um pouco mais para conhecer a história completa dessa viagem bolivariana pelos mistérios do México.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Embraer inicia construção de primeira fábrica nos Estados Unidos

A Embraer iniciou no dia 4 de dezembro (quinta-feira), a construção da primeira fábrica nos Estados Unidos para montagem final no Aeroporto Internacional de Melbourne, no Estado da Flórida. Estiveram presentes à cerimônia de inauguração das obras o governador do Estado da Flórida, Charlie Crist, o prefeito da cidade de Melbourne, Harry Goode, e outras autoridades locais e estaduais, ao lado do diretor-presidente da Embraer, Frederico Fleury Curado. negócios de Aviação Executiva da Companhia e estará pronta para entrar em funcionamento em 2010. Quando a capacidade total da unidade for atingida, poderão ser produzidos até oito jatos Phenom por mês.

A instalação em Melbourne será o Centro de Clientes da Aviação Executiva da Embraer para a configuração de jatos Phenom, Legacy e Lineage. Os clientes poderão definir o desenho do interior dos jatos executivos com a utilização de tecnologia de 3D de última geração, apoiado por um showroom com uma grande variedade de materiais de finalização de interiores.

“Com o início das obras, hoje, celebramos um marco para a Embraer, com o lançamento da primeira unidade de produção da Empresa nos Estados Unidos, voltada para atender à Aviação Executiva”, disse Frederico Fleury Curado, Diretor-Presidente da Embraer.

“Estamos satisfeitos com o início das obras da nossa unidade de Melbourne, fortalecendo nossa presença no grande Estado da Flórida, onde estamos desde 1979.”

“A Flórida continua se estabelecendo como líder no mercado de aviação americano, e estamos orgulhosos em celebrar esta conquista para nosso Estado, que é uma grande vitória para o nosso plano de desenvolvimento econômico”, disse Charlie Crist, Governador do Estado da Flórida. “O crescimento da Embraer na Flórida demonstra a força do nosso setor de aviação e a grande capacitação dos trabalhadores. Eu felicito cada um que se envolveu em levar adiante este projeto para chegarmos a onde estamos hoje.”

“O dia de hoje marca uma substancial vitória para a cidade de Melbourne. Não apenas por esta instalação de última geração, que é uma belíssima aquisição para nosso crescente cenário corporativo, mas porque a Embraer também se juntará a alguns dos mais expressivos empregadores do mundo que estão instaladas em nossa cidade. Ainda mais importante serão os benefícios que virão com este projeto, como a injeção de investimento de capital, os novos empregos e a adição de subsídios econômicos. Esta vitória não foi fácil. Eu gostaria de agradecer pessoalmente, em nome do Conselho da cidade e da Autoridade Aeroportuária, às muitas pessoas que trabalharam juntas para fazer que isto acontecesse para a nossa região”, disse Harry Goode, prefeito da cidade de Melbourne.

“Com este início das obras, começamos a concretizar a visão de todos os que trabalharam diligentemente para trazer novos empreendimentos para a Space Cost. Isto significa o início de um importante trabalho que precisa ser executado e consolidado nos próximos meses por parte de vários parceiros da comunidade para fazer isto se tornar realidade para a nossa comunidade. Fomos bem-sucedidos em utilizar nosso clima pró-negócios e a mão-de-obra altamente qualificada como ativos na atração de poderosas empresas internacionais que transformarão o cenário do nosso setor de aviação”, disse Lynda L. Weatherman, Presidente & CEO da Comissão de Desenvolvimento Econômico da Space Coast da Flórida.

A instalação da Embraer, em uma área de aproximadamente 14 mil metros quadrados, abrigará a linha de montagem final com capacidade de produzir os jatos executivos Phenom 100 e Phenom 300, além de cabine de pintura, centro de entregas e um customer design center (instalação destinada a auxiliar novos clientes na escolha de suas aeronaves).

A Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A. - NYSE: ERJ; Bovespa: EMBR3) é uma Empresa líder na fabricação de jatos comerciais de até 120 assentos e uma das maiores exportadoras brasileiras. Com sede em São José dos Campos, no Estado de São Paulo, a Empresa mantém escritórios, instalações industriais e oficinas de serviços ao cliente no Brasil, Estados Unidos, França, Portugal, China e Cingapura. Fundada em 1969, a Embraer projeta, desenvolve, fabrica e vende aeronaves para os segmentos de Aviação Comercial, Aviação Executiva, e Defesa e Governo. A Empresa também fornece suporte e serviços de pós-vendas a clientes em todo o mundo. Em 30 de setembro de 2008, a Embraer contava com 23.745 empregados e sua carteira de pedidos firmes totalizava US$ 21,6 bilhões.

Menos de 15% dos vôos atrasaram no último semestre, segundo a Infraero

A média de atraso de vôos nos últimos seis meses nos aeroportos da rede Infraero ficou abaixo dos 15% e os cancelamentos abaixo dos 3%.

A média do mesmo mesmo período, no ano passado, ficou em 29,49% em relação aos atrasos de vôos e 6,58% em relação aos cancelamentos de vôos. Os números em 2008 comprovam a manutenção de pontualidade em índices equivalentes a aeroportos de primeiro mundo. Dos 334,6 mil vôos de junho a novembro deste ano, 14,64% sofreram atraso e 2,47% foram cancelados.

Em novembro de 2008, o percentual de atrasos ficou em 16,57%, também abaixo do mesmo mês do ano passado, que ficou em 26,65%. Os atrasos em outubro deste ano marcaram 12,53%, e, em setembro, 10,51%, mês em que foi registrado o menor índice.

O referencial de atraso adotado nos aeroportos administrados pela Infraero é de 30 minutos, parâmetro adotado em maio deste ano. Um minuto além dos 30 regulamentares já é considerado atraso.

Entre os aeroportos com maior movimento, o Galeão (RJ) manteve o menor índice de atraso: 15,24%. Em julho, os vôos no aeroporto carioca registraram 7,1% de atrasos, a menor marca do ano.

GOL apresenta plano de atendimento especial para o fim de ano

A GOL ampliou a sua força de trabalho em diversas áreas para garantir a qualidade de atendimento durante o período mais movimentado da alta temporada, entre os dias 18 de dezembro e 6 de janeiro.

A Companhia recrutará equipes extras de colaboradores empenhados em agilizar o atendimento no check-in e despacho de bagagens nos principais terminais brasileiros. Além disso, para o caso de mudanças na programação dos vôos, a GOL manterá duas aeronaves reservadas no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, e no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/ Galeão – Antônio Carlos Jobim. A Central de Relacionamento com o Cliente também aumentou sua capacidade. Desde 1º de dezembro, a Companhia conta com mais de duas mil posições de atendimento.

“Todos os anos nos empenhamos muito para manter o bom andamento das operações, para que nossos clientes viajem com tranqüilidade e satisfação”, afirma Tarcisio Gargioni, vice-presidente de Marketing e Serviços da GOL.

Exemplo desse cuidado foi a implantação do Projeto Servir nos aeroportos domésticos atendidos pela GOL. Trata-se de um serviço de comunicação e apoio aos passageiros, em que os agentes de aeroportos da Companhia informam ocorrências em tempo real nos saguões de check-in e salas de embarque. Em caso de alterações de vôos, os colaboradores da GOL fornecem assistência, na forma de vouchers de refeições, acomodações em congêneres, acomodações em hotéis, transporte, entre outras providências.

Por dentro da concorrência

Entre escrever um ensaio mais encorpado, voar, trabalhar, ganhar dinheiro, cuidar de filhos, brigar contra a empresa de ônibus que "levou" metade do meu carro numa batida e por ai afora, leio "Boeing versus Airbus". O outro livro que estou lendo é Cavalo de Tróia - Jerusalém, de JJ Benitez - que eu recomendo para qualquer um que, como eu, tem amor profundo e definido com Jesus Cristo. "Boeing versus Airbus" é escrito por John Newhouse, que também escreveu "The Sporty Game" (esse eu não li). Ele conta, por dentro, a história da maior competição internacionalde negócios, fala da imensa rivalidade e as altas apostas entre os dois maiores fabricantes de aviões do mundo companhias capazes de apostar a empresa em um só avião.

Newhouse tomou o cuidado, cronologicamente, de relatar cada mudança no jogo de xadrez, que é esse mercado. Ele também examina as questões críticas que a Boeing enfrentou nos anos recentes, incluindo sua difícil fusão com a McDonnell Douglas, sua contro-vertida mudança de Seattle para Chicago e uma série de escândalos corporativos que foram publicados na primeira página de vários jornais do mundo.

Newhouse analisa ainda os problemas que abalam a Airbus, que vinha ascendendo com uma estrutura voltada para satisfazer o foco estreito dos acionistas europeus, e explora os problemas que as duas empresas enfrentam no momento: a competição potencial e o desafio de atender ao crescente mercado asiático e a necessidade de corrigir anos de má administração.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

FlyMex in Shopping


A Fly Mex, uma das grandes produtoras de cenários do México, algo como a Tropical Sim no Brasil, construiu um conjunto de 64 aeroportos. De todos os tamanhos. Fiz alguns testes e achei interessante. Depois, fui pesquisar a história do México, Zapata e outras coisas mais. Rapaz, não é que o lugar é bem interessante. Nem precisa falar de Cuzomel, Cancum ou Acapulco. Dei uma passada em Tijuana e "cortei" um pedaço da fronteira com os Estados Unidos, num VRF legal. Interessante. Naquela parte do Texas é "top" o negócio porque você se lembra de algumas coisas que se vê no cinema, especialmente no gênero farwest ou naqueles livros de bolso da Stefania, Frank Garret, entre outros. Eu li muitos!

Com os aeroportos na mão, de relativa qualidade, baixei algumas aeronaves e pesquisei também as routas no vrout.info. Tem boas ligações para aviões de grande porte, tais como 737, Fokker e MD9, entre outros. Evidentemente, não vou conseguir voar entre os 64 aeroportos, mas vou voar bastante por ali. E em cada vôo, vou postar algumas coisas por aqui.

Aos que vão me acompanhar, apertem os cintos porque o relevo mexicano é bem parecido com umas partes sul-americanas, com umas "pirambeiras" igual na Colômbia, Equador, entre outros. E como diz o meu amigo Japa, vamos que vamos...

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Deixando o Cariri


O velho DKW cinza, ano 1968, com pneus faixa branca, despontou apinhado de malas. O motor 3 cilindros, faz um esforço ergométrico, ilustrado por uma fumaça inocente, produzida pelo óleo que queima no motor de dois tempos, saindo pelo escapamento. Com a suspensão traseira quase arreada, o clássico da velha guarda ladeia o Aeroporto Regional do Cariri, onde dentro de instantes, o jovem Flávio Damasceno, o oitavo filho do casal Patrício e Ditinha embarcará no vôo Gol-Varig com destino a Recife, onde iniciará o curso de Direito na Federal de Pernambuco. Em pouco tempo, Flavinho consumaria alguns sonhos. O primeiro, como dizia seu pai aos amigos, com seu sotaque carregado, iria começar a carreira para "ser doutor". Já havia tentado duas vezes e não deu certo. Na última foi reprovado em Redação. Desde então passou o resto do ano estudando, lendo e escrevendo, acalentando o devaneio de um dia vestir a toga preta e sentenciar por toda Juazeiro. Estudaria para ser juiz de Direito, a pedido do patriarca. O outro sonho, andar de avião boeing. Havia andado de avião quando menino, da vez em que a mãe voltava de Fortaleza, onde fez tratamento de uma úlcera. Se lembrava vagamente que viu a mãe cansada, espremida no banco de trás num velho Aero Boero, o AB-115. Depois disso, só viu avião mesmo nos céus e nas poucas vezes que arriscava a ir ao quase periférico Regional do Cariri.

No pescoço, Flavinho sempre carrega com fé numa frágil corrente de prata uma medalha de onde se vislumbra a figura carismática do padre Cícero, que mostrava com orgulho falando num sotaque inconfundível: “É meu padinho padi Ciço Romão Batista, gente!”. Como todo bom juazeirense, é Deus no céu e o padre na terra. E se deixarem, trocam a ordem.

As malas são levadas na mão pelo pai Patrício e pelos amigos Aguinaldo e Jonilson, que já estavam no Regional do Cariri aguardando-o para a tradicional despedida. A amizade dos três vêm da infância. Quando menino, Flavinho, Naldinho e Joni, conforme se tratavam, tinham o péssimo hábito de "assaltar" os pés de beringela da horto de "seo" Formosino. Naldinho é o mais extrovertido, embora sinta dor no peito com a idade do amigo. Tenta disfarçar, cantarolando o ídolo Fagner:


A vida aqui só é ruim
Quando não chove no chão
Mas se chover da de tudo
Fartura tem de montão
Tomara que chova logo
Tomara meu Deus, tomara
Só deixo o meu Cariri
No último pau-de-arara
Enquanto a minha vaquinha
Tiver o couro e o osso
E puder com o chocoalho
Pendurado no pescoço
Vou ficando por aqui
Que Deus do céu me ajude
Quem sai da terra natal
Em outro canto não pára
Só deixo o meu Cariri
No último pau-de-arara


Os três cresceram e a diversão era falar das coisas e gente cidade. Tinha prazer especial em sentar-se no banco da praça em frente ao salão de Chico "Barbeiro", um cearense franzino de Mombaça, que chegou a Juazeiro ainda rapaz. Chico se dizia orgulhoso de ser cidadão mombacense porque a cidade já foi Capital do Brasil e teve um presidente da República. Foi na época do Sarney, quando o deputado Paes de Andrade era presidente da Câmara dos Deputados e assumiu o cargo em função de uma viagem internacional do presidente. Paes de Andrade embarcou em um avião Búfalo (que é capaz de pousar em qualquer tipo de pista, inclusive de terra), levando vários ministros e outros políticos e instaurou o centro administrativo do país na cidade por algumas boas horas. Mas, Chico “Barbeiro” tinha esse nome porque era incapaz de realizar um corte sem deixar aquele "caminho de rato" indecente recortado na cabeça do freguês. Cada um que se sentava na cadeira da barbearia de Chico era visto pelos três como uma vítima. Eles riam. “Ele só sabe fazer o corte “tigelinha”. E mal”.

Juazeiro é a segunda cidade mais importante do Ceará e uma das principais da região Nordeste, exercendo influência sobre todo o Cariri cearense e algumas cidades do Piauí, Pernambuco e Paraíba. A lembrança do Padre Cícero está presente em todo o município desde escolas, estabelecimentos comerciais, ruas, praças, museus até no nome de muitos juazeirenses batizados de Cícero, Cícera, Romão, Romana, Batista etc. Todos os anos, milhões de romeiros vão a Juazeiro orar ao Padre Cícero e à Nossa Senhora das Dores, padroeira do município. A adoração pelo religioso responsável pela emancipação da antiga vila de Tabuleiro Grande, na época um mero entreposto e servia de ponto de apoio para aqueles que se dirigiam para o Crato, também estava na fé dos três amigos.

Com a mão direita espalmada, Flavio bate de encontro à mão de Naldinho, fechando em seguida em punho para ir de encontro com a do amigo. Repete o gesto com Joni, num soco mais enfatizado. Falam de logo se encontrarem em Recife. Depois, dá um abraço bem apertado do velho pai. "Seo" Patrício quase ensaia derramar umas lágrimas, mas se segura: "Chorar é coisa de gente fraca" - ele costumava pregar. A mãe preferiu não ver o filho partir: morria de medo "desse negócio" cair e preferia acreditar que o Flavinho iria ali na cidade e logo estaria de volta, em que pese ter ficado à porta da casa, aos prantos, na hora da despedida. Carregando uma bolsa a tiracolo e uma sacola de pano, a promessa juazeirense desaparece pela porta do portão de embarque.

O que ficou para trás ficou. Flavio tinha as mãos suadas. Parou em frente ao portão de entrada e ficou olhando aquele avião imenso estacionado a alguns metros. Estava nervoso, a garganta seca. Ansiava por aquele momento. Quase do mesmo tanto quanto para entrar pela primeira vez na Faculdade de Direito de Olinda. Os olhos brilhavam. Flavinho se lembrava quando os primeiros boeings aportavam em Juazeiro. Olhava para o céu, colocando um dos braços acima da testa para proteger os olhos do sol. Se mostrava fissurado e nunca escondeu dos amigos o desejo de embarcar e ir para Fortaleza. Quis o destino, no entanto, que o caminho fosse Recife, onde um primo do pai, advogado famoso da cidade grande, ajeitou para que o "oitavo" prestasse Vestibular na cidade. Quando ficou sabendo que o pai lhe daria a viagem de avião até Recife como presente pelo esforço, gastando a poupança e entrando em alguma dívida, Flavio não se conteve de tanta alegria. Prometeu contar aos amigos todos os detalhes de como é andar de avião.

E tudo foi contado numa carta enviada a Naldinho, alguns dias depois.

"Prezado amigo!!!!

Felicito-o. Quero lhe dizer que aqui em Recife tudo é muito bonito. Diria até que já posso imaginar como seja, de verdade, a cidade de São Paulo, já que, como sabemos, eles dizem que aqui é a "São Paulo do Nordeste". Bem do ladim de Recife tem Olinda, que é onde me sinto mais em casa. Algo me diz que vou ser feliz, em que pese, arriégua, a saudade ser deveras enorme de tudo ai. Olhe só! Fiz uma viagem e tanto. Conte tudo pro Joni "Bravo". De verdade, leia junto com aquele "Gerimum da Montanha" e explique a ele, porque senão é certo que ele não vai entender muita coisa. Conforme prometi, vou contar tudo, até o lance da aeromoça. Passei uma vergonha danada. Rapaz!!!

Pois bem! Depois que entrei, fiquei ali, de pé, esperando a hora de entrar no "bichão". Você se lembra do Januário, filho do velho Zé Oliveira, tocador de rebeca? Então! Ele tava lá dentro da sala, todo cheio das poses e fez de conta que nem me conhecia. Num deu nem um "oi". Tambem pudera, ele é da Chapada do Araripe, lugar de gente metida, do nariz empinado. Trajava uma camisa branca e um paleto preto da Gol, com aquele símbolo laranjado, todo bonito. Falou no microfone que tava na hora de embarcar. As mulheres gestantes e os da terceira idade tinham preferência. E num tinha quase ninguém, umas 25 pessoas. Pelo menos que eu conhecia que fosse embarcar junto. Vi a filha do Jacinto Liberato, aquele que ficou um tempo preso na PIRC, porque desviou dinheiro do financiamento rural para outras coisas. Também deu uma de besta, com aquela cara de professora de primário. Fora ela, quase ninguém conhecido. Juazeiro tá recebendo muita gente. Depois que construiram o Cariri Shopping e reformaram a estátua do Padim "Pade Ciço" a cidade é outra. Tem muito turista.

E a fila andou. Foi um dos últimos a subir as escadas do avião. Nossa, Naldinho, que sensação boa. Lá dentro tava fresquinho por causa do ar condicionado. A moça junto com outro rapaz me cumprimentou. Pensei que era o piloto, mas, depois, vi que não: era um dos rapazes que ajudaram a servir. Dali mesmo vi a cabine. A porta tava semi-aberta e pude esticar os olhos e ver um pedaço do painel. O piloto do lado esquerdo manuseava uns papéis e mexia num monte de botão. Tem botão demais. Não sei como eles conseguem decorar cada um. No teto então! Tudo foi muito rápido. Meus olhos correram tudo naqueles 3 segundos.

Fui para o meu lugar, na 9F. Janela, claro. Sentei e da janela via o movimento lá fora, do lado do avião. Sabe o Dito do Pastel? Trabalha de carregador de mala na Gol. Vi ele lá encostado, usando um bonezinho, tentando disfarçar. Fiquei lembrando daquela vez que ele com aquela turma do Romeirão queria bater na gente na Praça das Cacimbas. Lembra? Deu um carreirão em nós três. Também, que tinha Joni Bravo de falar da irmã dele? Culpa do Joni. Dava para ver também o movimento na rua em frente, na Sebastião Palmeira. O avião é alto.

Ai escutei no alto falante alguém dizer “tripulação, portas no manual”. A porta se fechou. Logo o avião começou a andar para trás. Meu coração disparou. Naldinho, eu tava com medo, mas não queria que ninguém percebesse. Ficava olhando para fora e logo veio aquela moça façando assim “senhor, coloque o cinto”. Dei um salto. Fiquei com vergonha. Arrumei rapidinho. Do meu lado, tinha um cara gordo, que estava lendo jornal. Mal deu para ver a cara dele. Pois é.. O avião foi para trás, virou de frente para a Virgílio Tavora. Enquanto isso, a moça e o rapaz ia ensinando a gente como fazer se tivesse um acidente. Juro que queria ver aquelas máscaras caírem, mas, ao pensar que seria um desastre, tirei do pensamento. Vi naquele filme “Lost” que eu vi uma vez na só na TV Globo e não gostei. Lembra que falei procê e pro Joni “Bravo”? Eu fiquei prestando atenção em tudo. Até porque aquela aeromoça era muito linda.

E o avião foi indo. A moça passou todo o avião olhando se alguém tava com a poltrona fora da posição vertical. Dali a pouco escutei de novo: “Tripulação, decolagem autorizada”. Naldinho, você não faz idéia a hora que o avião começa a correr. Primeiro você sente ir para trás na poltrona, parece que vai encolher. Meu estômago quase embrulhou. Você sabe que eu sou fraco. Mas não tirei os olhos da janela. Via a turbina dali. Logo o avião foi tomando altura, foi subindo. Você deve ter visto a decolagem: não passamos por cima de Juazeiro. Mas posso garantir que a emoção é muito grande. Vi o chão ficar pequeno e o avião foi subindo e se distanciando bem rapidamente. Logo via as nuvens na janela. O piloto falou que a gente voaria a 27 mil pés e que demoraria 40 minutos para chegar a Recife.

Depois de um tempo, olhando para baixo, me acomodei na poltrona. Me toquei que estava parecendo aqueles “capiaus” que nunca viram nada. Mas não tirava as vistas da janela, olhando com o rabo de olho para baixo e procurando saber onde estava. Uma coisa que deu para ver bem foi a represa do açude Coremas, aquele da Paraíba, que a gente só chama de “Mãe d’Água”. Lembrei-me daquela vez que fomos com a turma da escola, naquela jardineira da Joalina, de 1960. Foi demais aquele passeio. Aliás, o que deveria ser passeio porque a gente parou mais que andou, kkkkkkk. Toda hora “seo” Dito Lamparina precisava abrir o motor para tirar o ar das bombas injetoras. Era engraçado. A represa tava com mais de 1,3 bilhão de metros cúbicos de água e estava transbordando. O Cariri nunca viu tanta água. Eu nunca falei, mas tinha medo daquilo uma hora ceder. E foi bem em cima do açudão que o avião fez uma manobra para a direta.

Não demorou muito e vi a moça e o rapaz empurrando o carrinho com comida e bebida. Estavam meio apressados. Já se passavam uns 10 minutos depois da decolagem e logo tínhamos que descer. Ela falou antes que quem quizesse ser servido deveria abaixar as mesas na frente. Abri a minha. Não estava com fome, mas queria saber como era a comida de avião. Naldinho, restei-me decepcionado: me ofereceram suco ou refrigerante. Pedi um suco de caju, achando que iria tomar aquele Maguari, mas só tinha de laranja, da +Mais. A moça, toda sorridente, ainda me perguntou se eu queria o lanche, que, na verdade, era um pacotinho de bolachinha recheada com patê de peru. Se eu tivesse faminto, com certeza, iria morrer naquele vôo. Não fez nem cócegas na barriga. Que gente miserável! Eu pensei em pedir mais, mas lembrei que só tinha dinheiro pra pagar o táxi lá de Recife. Depois fiquei sabendo que não se paga nada para repetir: a comida está incluída no preço da passagem. Quando você ou o Joni “Bravo” vieram aqui de avião, comam bastante.

Acabei de comer, se bem que aquilo não pode ser chamado de comida. Pelo menos para mim, acostumado a aquela “buchada de bode” que dá até sono só de pensar. Fiquei olhando para baixo. A essa altura já estava tranqüilo e bem familiarizado com o avião. Pensei em ir ao banheiro, mais para conhecer o lugar, se era igual dos ônibus da Itapemirim, mas fiquei com medo. Achava que poderia dar um solavanco. Preferi usar da prudência. Não me faria falta conhecer o banheiro. Deixei isso prá você ou pro Joni. Depois vocês me contam como é. Mas muita gente foi. Aliás, até parece que eles entram no avião só para fazer necessidades. Ali na frente, nas primeiras filas, tinha muita criança pulando que nem cabrito e falando alto. Havia também um senhor de uns 60 anos que entrou numa cadeira de rodas.Estava impaciente,notei. Havia muitos lugares vagos no avião.

Numa esticada de olho para trás, notei que o sol procurava se aninhar no fim do Cariri, mais pras bandas de Fortaleza. Nossa chegada em Recife estava marcada para as 18h40 – horário de verão. Era um belo por do sol para marcar a minha chegada em Recife. O movimento de passageiros pelo corredor e também dos comissários de bordo (é esse o nome deles, viu seus tontos?) era quase nenhum. Havia uma certa expectativa no ar pela chegada até a cidade. Aquela mesma voz que mandou a tripulação se aprontar para a decolagem, avisou que estava começando os procedimentos de decida. Olhei no relógio e vi que ainda faltavam pelo menos uns 10 minutos para chegar. Dito e feio. Mesmo com o sol se pondo, eu ainda puder ver a grandeza e beleza do mar de Recife. Nos procedimentos, o avião foi láááá para fazer a volta e entrar para o pouso. Vi Recife, vi Olinda e um pedaço de Jaboatão. Tudo tava bonito com o por do sol, Naldinho. As luzes também já estavam acesas.

Nesse momento, deu uma tristeza! Ali comecei a sentir saudade de minha Juazeiro. Como um filme, fui reprisando cada parte da minha vida ai, com vocês, com os amigos de antes, com minha família, o trabalho duro no campo com o velho, o choro da minha mãe, a comidinha dela, tudo. Pensei: “Quero voltar logo, e como doutor”. E vou conseguir.

Sem querer, Naldinho, sem querer,Joni “Bravo”, porque sei que está ai do lado de Naldo, me lembrei do poema da portuguesa Julieta Ferreira:

“Do solo pátrio arrancada
É vontade minha voltar
Hora de ser libertada
Muito tarda em chegar.

Emigrante sem igual
Não sei de maior beleza
Volver ao meu Portugal
Para sempre portuguesa.

N’alma carrego a saudade
Da minha vida feliz
Os tempos de outra idade
De tudo aquilo que fiz.

Voa nas asas do vento
Tuas colinas banhando
O meu cansado lamento
E minha mágoa deixando.

Gosto de te pertencer
De reinventar em ti
O presente sem sofrer
De ficar de vez aqui”





Meus bons amigos! Vi o solo se aproximar rapidamente. Recife já era minha realidade. O piloto pousou bem, eu acho... A dor da saudade não me deixou sentir medo. Havia a dor da saudade e havia a expectativa de uma nova vida. Posso dizer a vocês que viajar de avião é muito fascinante. Tem seus problemas, como sempre. O interior do avião tem uma atmosfera muito diferente daquela a que estamos habituados no dia-a-dia. O ar é reciclado e pressurizado, apresentando uma percentagem de oxigênio 20% mais baixa do que o normal e é, também, extremamente seco. A taxa de umidade não ultrapassa os 15%. Mas compensa. Pena que foram só 40 e poucos minutos. É tudo que a gente imagina e mais um pouco. É uma parte pequena do sonho de Ícaro que se materializa a cada pouso, a cada decolagem. Não como o mitológico personagem grego gostaria que fosse, mas é até onde a humanidade conseguiu chegar.

O avião parou. Vi aqueles braços imensos pela janela do outro lado. O rapaz falava que aquele vôo ainda seguiria para Salvador, pois tinha saído de Fortal. A porta se abriu. Catei minhas coisas e acompanhei a todos que saíam. Desci naquele túnel, preocupado. Mas deu tudo certo. Minhas malas foram passando numa esteira e fui tirando. Estava indo para a saída quando vi meu tio Plínio acenando que nem um doido. Estava em segurança.

Por aqui, como disse, tudo vai bem. Ainda não arrumei nenhuma namorada aqui nessa selva de pedra. As meninas sequer olham para mim. Não sei o que é. Devem ser meus óculos branco. Os rapazes só andam com aqueles grandes, tapando os olhos e metade da cara. Dizem que é sucesso. Qualquer dia desse eu coloco o chapéu de couro, calço minha sandália e vou à rua. Quem sabe assim, consiga alguma coisa. Aqui perto da casa, no bairro do Pina, tem uma casa de forró. Vou lá qualquer dia desses para relembrar os tempos que dançava com a Marinalva. Por falar nisso, depois me dê notícias do Sebastião “Cabeça Torta”.

Um abraço de urso aos dois.

Flavinho, amigo para sempre”



Aeronave: 737-800 PMDG (pay)
Cenários: Recife (Gustavo Luna) Juazeiro do Norte (FS Club)
Agradecimentos a equipe da Aerovirtual

Medo de Voar

*Elvira Gross

Medo de Voar é uma fobia específica que atinge mais de 40% dos brasileiros e que pode se manifestar em diferentes níveis, do mais ameno, nas pessoas que utilizam o transporte aéreo com receio, sendo última opção, ao mais extremo, nas pessoas que não o utilizam nunca por já se sentirem desesperadas ao se imaginarem entrando num avião.

Embora seja de conhecimento comum que o avião é um dos meios de transporte mais seguros que existem, onde estatísticas mostram que para cada 1,32 milhão de passageiros de avião, um poderá morrer em acidente aéreo, enquanto mais de 265 poderão morrer indo para ou vindo do aeroporto, para quase metade da população brasileira voar é algo assustador.

O sofrimento gerado pelo medo de voar é intenso e pode provocar uma cadeia de reações ruins – pensamento recorrente, crises emocionais e reações físicas (palpitações, sudorese, tremores, desconforto abdominal, falta de ar, náusea, desconforto no peito, vertigem, etc.).

Algumas pessoas acabam recusando empregos por temer viajar de avião, outras utilizam o efeito do álcool e ou tranqüilizantes para "enfrentar” a viagem. O medo de voar pode não estar relacionado a um único aspecto, pode incluir o medo de acidente, o de ficar fechado, o de altura, o da instabilidade e o da perda de controle.

Essa fobia, além de gerar constrangimentos às pessoas, pode prejudicar também suas vidas social e profissional.

Com o desenvolvimento das técnicas da Psicologia Comportamental e Cognitiva para o tratamento desse tipo de fobia e de outras correlatas, a cura do medo de voar passou a ser atingida com um alto índice de sucesso, acima dos 90%, sendo atualmente a melhor alternativa para quem pretende se livrar da aversão exagerada de voar.

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Elvira Gross é Psicóloga, formada em 1979 pela Universidade Estadual de Londrina, com curso de especialização em Comportamento Cognitivo no Hospital das Clínicas da USP e de Hipnoterapia no Instituto Milton H. Erickson.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Dois presentes!!!

Esse negócio de data, definitivamente, não é a minha praia. Quase esqueci que estava ficando velho no dia 26. É, podem apostar! Na véspera, alguém me falou e eu confesso que levei um susto. Correria, coisas do dia é que fazem você se esquecer do dia da dor da própria mãe para te colocar no mundo. No aniversário, em verdade, pelo menos começo a pensar assim, quem deveria ganhar presente dos que nos amam é a nossa mãe: ela que carregou e aguentou o tranco naquela hora. Ganhei dois presentes: uma cesta de café da manhã que é simplesmente um "desbunde" e um DVD do Bee Gees.

Acho que a pessoa que me presenteou com esse DVD, sem querer, acabou passando-me uma mensagem sublimada. Tipo assim: tá vendo, é o tempo. Os caras eram demais. Barry, Robin e Maurice Gibb, que faleceu em 2003, bateram um "bolão". Degustei pouco da cesta por motivos óbvios da adiposidade. Amei o cartão. Aquele "eternamente" mexeu com minha sensibilidade. Não que eu esteja chorando fácil, comno em final de filme "O Príncipe dos Ladrões", interpretado por Kevin Costner, que viveu a saga de Hobbin Hood. Mas gostei de relembrar Bee Gees. Foram, assim, dois presentes valiosos.

⌂ O presidente ligou me cumprimentando. Fiquei feliz. Cada dia que passa me amarro mais e mais no presidente. Ele é muito show. Preciso dar mais atenção a ele.

⌂ A turma da lista fez o de sempre: um avisa e todos seguem naquele tradicional anos de vida, valeu, valeu, valeu. Bom! Eu pertenço a lista. Sinto saudade do MO.

⌂ No trabalho, a rapaziada também curtiu com a minha cara. Aliás, por que sempre sacaneiam com a gente nesse dia que estamos mais sensíveis? Cambada... Mas valeu!!!

⌂ Bom, nomais é isso. Sexta-feira não tem brincadeira de voar. Tem gente no pedaço. Quero festa, a que não teve - ainda bem. Não se preocupe com esta informação, é coisa minha mesmo. A gente se vê no sábado!!!!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Saudades de Belém


Sinceramente? Não dá para ficar se lembrando de Marajó todo o tempo. O lugar é simplesmente demais para quem está à procura de paz e tranquilidade, com muito sol. Então, a saudade de Marajó será constante: Salvaterra e Soure, que se denomina a "capital de Marajó" vivem ao rítmo do século passado mesmo. Já disse para uns amigos e vou dizer novamente: se me pedirem alguma opinião sobre praia e descanso de férias, recomendarei a Ilha de Marajó. Por isso, para falar da saudade que estou sentindo dos "40 Dias de Exílio", uma homenagem a Marajó, o mais lindo de todos os lugares que Deus me permitiu por os pés até o momento. Particularmente, a Praia do Pesqueiro. Lógico que quero ir mais longe.

Mas, acordei com saudades de Belém. Por incrível que pareça. É, na verdade, uma mistura de sentimentos, muitas vezes contraditórios. O que falar de Belém? Algumas definições: É a segunda cidade mais populosa da região Norte e a maior região metropolitana da Amazônia, com cerca de 1,424 milhão de habitantes - embora os belenenses juram que chega a 2 milhões. É popularmente chamada de "Cidade das Mangueiras" pela abundância de exemplares dessa árvore em suas ruas, e conhecida como Metrópole da Amazônia.

Sua contínua mancha urbana é constituída por cinco municípios. Também é denominada "Cidade Morena", característica herdada da miscigenação do povo português com os índios Tupinambás, nativos habitantes da região à época da fundação. É a maior metrópole do mundo situada na Linha do Equador e a cidade com o maior IDH entre as capitais da região Norte. Atualmente é uma das 12 metrópoles mais influentes do Brasil.

A cidade, no entanto, tem características interessantes. A primeira vez que cheguei a Belém já fui mais ou menos preparado. Clima quente. Era uma expectativa porque para quem vive em Cuiabá, calor é redundância. Me falaram também da beleza da chegada. Fui orientado a escolher a janela no corredor do lado direito. Me preparei para tal. E é! A medida em que o avião vai descendo, a gente vai visualizando a cidade como um todo. Dali mesmo, de cima, uns mil pés, é possível estimar o quanto a natureza e o arrojo humano podem caminhar em perfeita harmonia. O ar frio do avião, no entanto, ainda não me permitia
saber se era quente ou não, mas, só de olhar a forma como Belém estava exposta ao sol, não tinha dúvidas.

O aeroporto é de primeiro mundo. Faz jus a importância da cidade no contexto sócio-econômico e político. Ainda mais se comparado ao acanhado terminal de Cuiabá. É parar rir? Então ria! Eu até hoje não entendo como um Estado brasileiro que se assemelha em importância econômica aos que estão no meio-oeste americano pode ter um aeroporto tão chinfim como esse de Cuiabá: uma vergonha!

Logo que a pessoa sai da bolha acondicionada do Aeroporto Val de Cans sente o impacto: é fumegante o calor. Me fez lembrar de Sanka, aquele personagem vivido por Doug E. Doug no filme "Jamaica Abaixo de Zero", quando, no
acondicionado aeroporto de Calgary, no Norte do Canadá, declarou que não estava sentindo frio; e, ao abrir a porta para sair ficou congelado. Porém, para quem está nos 40º na média, nada que logo não se acostuma. À saída do aeroporto é bonita. Duas pistas normais, na qual se passa na paralela da pista do Aeroporto Julio César, usado para vôos executivos. No Val de Cans predominam as operações comerciais e militares.

Dali você começa a sentir que Belém tem um "q" especial. A Duque de Caxias, que nos leva para parte mais central de Belém, é bem cuidada. Aliás, a parte urbanística de Belém está servida. Há muitas praças e a arborização é, de fato, tratada como patrimônio. Não se faz necessário falar sobre a Estação das Docas com o seu por-do-sol espetacular, bucólico, motivo de inspiração poética; e tampouco da Casa das 11 Janelas e seus vários tempos de visita, cada tempo mais exuberante que outro - de dia uma coisa, de noite outra; bem como suas redondezas e construção históricas. Não fui no Ver o Peso, aquele mercadão. Passei várias e várias vezes ao seu lado, mas não tive coragem de parar. Depois eu explico. O Mangal das Garças é de tirar o fôlego. A parte antiga de Belém me fascinou também. Gostei muito dos bares, cafés e dos butiquins da cidade. As mediações da "Doca" de Souza Franco é sempre intensa.

Não se pode deixar de mencionar também a Brás de Aguiar, a via mais charmosa de Belém. Não fui no Museu Emílio Goeldi - tenho alguma resistência a museus em geral. Também só passei em frente - e muitas vezes nesses 40 dias - ao Teatro da Paz,erguido no centro da Praça da República, na qual perambulei uma única vez. Bem ao contrário da Praça Batista Campos, que me ajudou a reduzir o peso com seus 600 metros de espaço verde, alegre e familiar, na qual fui frequentador assíduo quase todas as noites.

São situações que me fazem sentir saudades de Belém. Calor? Muito menos que aqui. A chuva das 16 horas, que nem sempre acontece e nem sempre são as 16 horas, ajuda em muito a criar uma sensação mais agradável. Escorado na sacada do apartamento de frente para a Travessa Padre Eutíquio, que de travessa só tem mesmo no nome, curti inúmeras noites belenenses, tomando açai com farinha de tapioca - que, gostaria de incorpora a minha alimentação diária. Ficava horas olhando um faixo de luz que sai da Baia do Guajará. Como não entendo nada de defesa de território, acreditava que aquilo é parte de uma estratégia militar para cuidar do espaço aéreo. Eu ria! Pode rir também.

Agora os belenenses, incluindo meu amigo Trindade, vão querer me matar, mas não tive como deixar de notar - e anotar - coisas estranhas na cidade. Diria que nem tudo são flores por lá. O trânsito de Belém, por exemplo, tinha tudo para ser um dos melhores do país. O asfalto não é ruim, pelo contrário. As vias não são estreitas, pelo contrário. A sinalização parece funcionar bem, com placas indicativas e alertas. A geografia urbana da cidade é favorável. Mas, os caras, misericórdia: eles são ruins demais - como de resto de uma maioria que coloca em risco a vida das pessoas pelo simples prazer de querer dirigir um carro. Há um contraste cruel: os ônibus te assustam com a velocidade que impõe nas vias. Se olhar no retrovisor, como deve ser a prática de qualquer motorista, verá um ônibus fazendo uma manobra arriscada. Se ver um, fuja imediatamente! De outro lado, os taxistas não estão nem ai para os outros. Dão mal exemplo a todo tempo.

As pinturas no asfalto e as placas pedindo para não se fechar os cruzamentos foram deletados dos ensinamentos de uma direção saldável. E ai de quem, com o sinal aberto, parar antes da faixa para evitar que se propague o congestionamento. Tome buzina. Aliás, eu nunca vi uma cidade onde os motoristas buzinam mais que em Belém. Parece orientação das Escolas de Trânsito: "Tá ruim, buzine até cansar". Para finalizar, a mesma pressa que demonstram é "compensada" pelo desrespeito: param em plena fila dupla, ligam o pisca alerta e entram em edifícios, etc e tal. Demais para minha reles cabecinha.

Outra coisa que me chamou a atenção! Desculpe, mas tenho que dizer: o esgoto. Gente, que maldade com a cidade. Não consigo entender como um governante permite. Não! Não! Não! Não consigo entender como um povo aceita aquilo. A Brás de Aguiar, a via mais charmosa de Belém, com lojas e restaurantes finos, frequentada pelo "povo bacana", é ladeada por um esgoto que corre a céu aberto. Podre! Podre mesmo! Não! Me desculpem, mas parece surrealista. A Brás é só um exemplo! O cuidado na hora de estacionar nessa via não é com a traseira de outro carro ou passar o vexame de bater com o pneu no meio-fio. É, na verdade, na hora do passageiro descer do carro e atolar literalmente o pé no esgoto. Na chuva forte, então... Por ai tem uma foto. Gente! Isso faz mal a saúde e também ao turismo.

Amei Belém, odiei o seu esgoto. Odiei seus motoristas de ônibus. E odiei a sujeira. Não gostei da campanha eleitoral. Vi todo o segundo turno. Na rua, Dudu e Priante pareciam "cães de briga". Na TV, não falam objetivamente nada com nada. Aliás, não entendi porque nenhum dos dois falou sobre o problema do esgoto a céu aberto da cidade. Ficaram falando de Copa do Mundo, Conferência, etc e tal, e nada do assunto. Penso que eles pensam muito grande e se esquecem dos detalhes. Algo para se pensar!

Quanto a sua gente, algumas coisa me chamaram a atenção. O belenense é apaixonado por Belém. Se elogiar a cidade, vai ouvir um "obrigado" do interlocutor nativo como se estivesse falando da casa dele, da família dele. É a senha para vir em seguida um sem número de perguntas: "Esteve na Estação das Docas?", "Foi na Casa das 11 Janelas", "Foi no Mangal", e por ai afora... Se não cortar, "paga" um check-list considerável. E, ao mesmo tempo que "rola" esse orgulho latente, o belenense joga lixo no chão das vias públicas sem a menor preocupação e os donos de cachorros raramente recolhem os cocôs de seus animais quando estão em passeios. Estranho, não?

Falar de Belém sem mencionar sua principal atração, o Cirio de Nazaré, soa estranho. Assim como tudo aquilo é estranho para mim, que sou evangélico. Mas, convenhamos, é uma manifestação cultural que impressiona. Pela TV, assisti as pessoas se matando - ou quase isso - para segurar numa corda. E eu pensava na crucificação de Cristo como símbolo da aquisição da humanidade por Deus, dos pecados da humanidade, e Ele dizendo "venham a mim". Mas deixa isso prá lá! Crença fora e convcções a parte, o negócio é que o Círio é um "fervo" só. Gente! É quase insano aquilo. Não resisti a curiosidade e fui ver com os olhos e a máquina fotográfica. Quanta adoração. E os candidatos aproveitaram a festa católica. A cidade pára, totalmente. Um negócio e tanto!



Mas, não sei se volto a Belém. Talvez um dia! Não entendi ainda o que Deus desejou com a minha ida até lá. Ainda estou procurando as respostas. Sei que elas vão aparecer no tempo de Cristo. Até lá, Belém será uma saudade de um tempo interessante. Daí a saudade ter batido. Eiiii.. Volta logo...

757 da DHL
Este um 757 da DHL decolando de algum lugar da Índia para a Ilhas Maldivias. Lembro-me desse vôo. A chegada lá é sempre um doce. Clica em cima da foto porque ela foi capturada em 1026.

Dori Me, um recorde



Eu jamais poderia imaginar que um vídeo chegaria a tanto. Dori Me, canção do Grupo Era, foi uma das minhas produções de FS que surpreendeu: atingiu já mais de 11 mil visualizações no You Tube. Foi feito de maneira despropositada, acreditem. Ouvi a canção pela primeira vez durante um culto, numa apresentação teatral dos jovens lá da Primeira Igreja Batista. A música é incrível. Movido nela, pensei em grandes avanços por um mundo mais justo, como é o desejo do Senhor. E fiz o vídeo, pousando e decolando em cidades onde existem sonoras aberrações humanas. Lógico que as 11 mil visitas não tem qualquer conotação com o vídeo, mas com a música. Fiquei contente. Acho que a mensagem passa alguma coisa. Quem quiser conferir, tá lá e aqui.

Esqueçam tudo

Tenho notado pelo webtrends que alguns doidos têm entrado aqui no blog. Coisas de Google, pode ser, enviando gente para cá. Bom, a esses visitantes, meu muito obrigado. Andei desativado, desanimado, etc e tal. Mas os ventos sempre sopram. Todos podem esquecer de você, até seu pai ou sua mãe, mas Ele, o Senhor de todos Exérecitos, jamais! Então, não se precipite com nada. Conselho: coloque tudo nas mãos do Senhor, e descanse. Ele saberá a hora certa e o momento certo de que tudo saia conforme sua vida foi planejada muito antes de ser gerado no ventre de sua mãe.

Então, estamos aqui, recomeçando. Bom! Tenho que dizer que acabei vacilando com umas coisas. Fui deletar meu perfil de fotos de aviação no Photobucket. Não sei porque fiz isso até agora. Besteira pura! Não conseguia mandar fotos e pensei que fosse problema de acúmulo. Ai sai desabestalhadamente tirando os diretórios. Por isso, vamos que vamos. Vou deletar os conteúdos que estavam por aqui.

VIDA NOVA no blog


Abraços a todos